ELEMENTARES
àCapítulo 1
-Hayley O’Neil, o que diabos você
está fazendo? – Uma de minhas amigas mais delicadas, para não falar o
contrário, berrava em meu ouvido. - Presta atenção na conversa sua retardada!
-Esquece Lanallis, ela tá
viajando de novo. – A Alieta sabia ser doce. O que me deixava mais aliviada.
-É Alieta, mas acontece que essa
reunião é importante. E depois, ela encheu o nosso saco pra que todo mundo
comparecesse, falando que esse encontro era super importante e talz...Só que
agora tá ai pensando na morte da bezerra! – A Lana continuava a gritar feito
uma louca, seus olhos passeando por meu rosto em busca de alguma reação que
indicasse que eu ainda estava presente.
-Na morte da bezerra não Lana, tá
mais pra outra coisa. – Alieta disse descontraída.
-Vocês que fumaram ou a Hayley
que comeu merda?Dá pra vocês prestarem atenção na porra da conversa? – Reclamou
mais uma indelicada de plantão.
-Fala isso pra garota do fogo
Valentina, não pra gente.
-Quer saber, eu sei como resolver
isso! – Já disse que a Lanallis não é meu maior exemplo de delicadeza?! Seu
modo de resolver problemas sempre fora com violência, sem palavras ou
protestos. Somente o bom e velho mano-a-mano. Foi nesse ponto que ela resolveu
me dar um tapa.
-Ai!Não precisava do tapa sua
jumenta, eu tava ouvindo vocês. Até certo ponto para falar a verdade, depois de
um tempo vocês começaram a fofocar e eu me distraí. – Exclamei surpresa com a
agressão.
Às vezes eu me perguntava por que
eu ainda me surpreendia com as demonstrações de afeto da senhorita Romanovno.
-Aham...senta lá vai...Claro que
você tava ouvindo. Aqui ó vou fingir que acredito. – Sim, minhas amigas tinham
a bela habilidade de serem chatas ao extremo. Mas, é claro, que eu também não
dava descanso. Então, elas tinham seus motivos!
-Valentina deixa de ser chata e
me escuta. Nós temos que correr pra chegar logo a conferência. – Falei,
lembrando do nosso real objetivo.
-Que eu saiba a atrasada aqui é
você, senhorita fogo! – Arranjar apelidos nunca seria nossa especialidade. A
gente só inventava merdinhas. Acho que o melhor era continuar chamando pelo
sobrenome de vez em quando.
-Está bem, tanto faz, mas vamos
logo. – Balancei a mão em sinal de descaso. Sem nunca parar de andar, ou
correr.
-É gente a Hay tem razão, depois
nós continuamos a discussão.
-Alieta, para de sempre concordar
com a Hay! Às vezes eu e a Val também temos razão. – Lanallis reclamou um pouco
ofendida porque a Al me defendia com frequência, mas, na verdade, ela sempre
teve o costume de defender todo mundo. Então, tecnicamente, ela não estava
sendo injusta nem nada.
-Ela faz isso porque gosta mais
de mim! – Ah, como eu disse, eu não dava descanso para elas. Mas não fazia
diferença quem falava mais besteira, no fim do dia o importante era que essas
piadas mantinham nossa amizade sempre feliz e revigorada. Nós nos divertíamos
com essas brincadeiras estúpidas. Às vezes talvez fosse demais, mas tínhamos
sempre o apoio e o olhar atravessado de uma amiga para alertar que estávamos
falando algo que não deveríamos. É assim que amizades funcionam, se tem os
momentos de diversão e de seriedade. Cabe a cada um decidir como agir. No
entanto o livre arbítrio não nos impede de ouvir a opinião dos amigos.
-Cala a boca Hayley! Você só fala
merda, eu gosto de todas igualmente! – Alieta exclamou querendo nós dar uma
bronca, só que ela acabou rindo e denunciando que também se divertia com toda a
aquela brincadeira.
-Até parece! Eu bem sei que você
prefere a Ninaqua ta, Alieta. – Como de costume, alguém tinha que implicar.
-Nada a ver Lanallis a Nina é...
– A Alieta começou a protestar, entretanto foi impedida pela Ninaqua que surgiu
do nada.
-O que que tem eu? – Ela
perguntou curiosa e se enfiando na conversa como se estivesse conosco desde o
começo.
-Quem tá vivo sempre aparece né?A
gente tava falando de você. – Às vezes eu esquecia o quão direta a Val podia
ser, um dia essa criatura vai lançar uma merda das grandes falando essas coisas
sem pensar.
-Deve ter sido por isso que eu
ouvi meu nome. Mas então, vocês vão ficar aqui paradas ou vão logo pra
conferência? – Bem, não era só a Valentina que podia ser direta. É claro que a
Ninaqua não era rude quando falava assim, nem sarcástica. Então, podia-se
considerar um ponto a seu favor.
-Nós estamos indo pra lá, mas eu
estava pensando em esperar os meninos. – Eu respondi a Nina lembrando-me do
quão lerdos os meus amigos podiam ser. Mais até do que eu.
-Os meninos que já devem estar
lá! – Ela respondeu pondo as mãos na cintura e nos encarando duramente. Bem, me
encarando. Afinal, eu havia chamado os meninos de lerdos, o que não deixava de
ser verdade, mas também, quem eu era para poder chamá-los de lentos? E depois,
talvez ela se sentisse um pouco ofendida, já que o irmão mais velho dela, Nayon
Fisher, estava incluso nesse grupo de garotos. - Eu tenho a leve impressão de
que nós que estamos atrasadas.
-Você tem razão, Nina, é melhor
nós corrermos. – Concordei logo após refletir um pouco.
-Vem vamos logo. – Ela disse
enquanto andava apressada, conosco em seu encalço. - Então, o que vocês estavam
falando sobre a minha pessoa?
-Nada de mais, Nina, nós só
estávamos tentando chegar à conclusão de quem a Alieta mais gosta. Eu tenho a
leve impressão de que quem ganhou foi você. – Viu? Falei que a Val sempre falava
sem pensar!
-É claro que não, você também só
fala merda, Valentina!Eu já disse que gosto de todas igualmente, sem
preferência. – A Alieta gritou fula da vida com a...Bem, com todas nós.
-Que bom que você pensa assim,
agora vamos calar a boca que nós chegamos. E então, quem vai entrar na frente?
– A Val falou, dando um basta naquela discussão que já estava se tornando
repetitiva em nossos dias.
-Se ninguém se importa eu
gostaria de ser a primeira, afinal eu já estou acostumada com esse tipo de
coisa. – O que foi?! Eu posso me vangloriar às vezes, certo? Na maior parte do
tempo eu sou modesta e simples, então de vez em quando pode ser divertido
colocar-se a frente dos outros.
-Você nem ta se achando, né
Hayley?Vai, joga na nossa cara que você é mais experiente que todas nós juntas.
– Sim, além de malvada a Lana também era do tipo que se irritava fácil. Sem
contar que ela também era do tipo que gostava de uma briga. Nada muito saudável
para o bem estar do corpo de ninguém!
-Não é nada disso Lana, eu só to tentando
ajudar. Mas que tenho mais experiência que vocês, é verdade. Afinal eu pratico
desde os sete anos e, atualmente, eu tenho dezesseis. Então são anos de pratica
enquanto vocês começaram praticamente agora. – Não, eu não esnobei ninguém, nem
nada do gênero. Foi apenas um lembrete de quem podia se considerar a aluna mais
antiga entre nós.
-Tudo bem, - A Lana bufou
irritada comigo. - eu acho que todas já entenderam. Vai entre na nossa frente
senhorita fogo! – Ela levantou um dos braços e apontou para a enorme porta a
nossa frente. Fez uma reverencia apenas para ver se me constrangia um pouco e
aposto que me xingou enquanto sorria para mim. É, não aconselho ninguém a
deixar a Lana irritada, pode ser um pouco perigoso demais dependendo de quem
for.
E foi assim que começou mais um
dia normal na minha vida maluca de adolescente dividida entre o dia-a-dia
conflituoso de uma estudante com algumas habilidades a mais.
Ah sim, quem sou eu?Você deve
estar se perguntando isso, não?
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Bem, por hoje é só. Outro dia posto mais um pouco. Vou ver se posto mais ou menos 1 vez por semana. Bjão!!! e feliz ano novo pra geral
