ELEMENTARES
àPov. Kaitlin
-Ninaqua Fisher, sabe a quanto
tempo estou parada aqui, lhe esperando?! – Gritei, quando a silhueta da minha
amiga despontou virando o corredor mo qual eu me encontrava.
-Não reclama não, Ka! – Vociferou
a Nina – Vim o mais rápido que pude. Esqueceu eu estava em aula? O professor
Matthew não queria me deixar sair mais cedo de forma alguma.
-Ih... que milagre, a senhorita
reclamando do professor querido! – Disse, fazendo espanto fingido. – Até onde
eu sei você ama química, ainda mais porque é o seu mentor que lhe ensina essa
matéria.
-Kaitlin cala a boca! Esqueceu
que a senhorita bajula os professores bem mais do que eu e Al juntas?!
-O que você está insinuando?
-Que você é uma puxa-saco, óbvio!
– Quando a Nina disse isso eu devo ter feito uma careta tristonha horrenda,
porque, logo em seguida, ela veio me abraçar dizendo? –Não faz essa cara triste
Ka, você sabe que te amo e que só faço essas coisas porque adoro te irritar!
-Também te amo, amore! –
Respondi, dando-lhe um braço de urso.
-É... eu sei disso!– Cantarolou a
Nina, jogando seus cabelos para o alto e andando toda rebolativa.
-Convencida – Eu disse,
empurrando-a com a bunda. – Vamos parar de enrolar e ir logo encontrar o...
-Deyth Lex’would! – Gritamos em
coro e começamos a rir.
Estávamos correndo afobadas pelo
corredor, em direção ao nosso ponto de encontro, quando me lembrei de algo
importante,
-Nina, você pegou a Stephanny? –
O bichinho de estimação da Lana, ou o grande amor do Deyth.
-Aquela aranha asquerosa?! –
Balancei a cabeça afirmativamente – Claro que não! – Ela exclamou rindo.
-Se ele te escutasse falando
isso, te atacava sem dó nem piedade. – Falei alertando-a do perigo de soltar
algo negativo sobre a Stephanny caso o Deyth estivesse perto.
-Não mesmo, ele me ama! – Ela
disse sorrindo, toda convencida. – De qualquer forma, aposto que ele já foi
atrás da aranha.
-Concordo... hey, será que ele
vai ficar feliz com a nossa surpresa? – Perguntei, um pouco insegura quanto a
guardar segredos do Deyth. Ele consegue ser um incômodo quando fica irritado.
-Isso importa?! O importante é
ele se assustar conosco. Ele achou mesmo que ia conseguir esconder de nós que
estava voltando? Pena que ele esqueceu do nosso amigo vidente!
-Vidente?! O nosso amigo vidente é ele, retardada! –
Exclamei, rindo da Ninaqua. - Às vezes você lesa demais, Nina.
-Ih, então ele já até deve saber
que nós estamos indo vê-lo. – Ela falou, ficando emburrada. – Que droga! É por
isso que eu não gosto de videntes, eles sempre estragam as surpresas.
-Cuidado com o que você fala,
Nina! Lembre-se de que Deyth é vidente e pode muito bem ter visto essa cena
acontecer. – A alertei, mesmo que só de brincadeira.
-Nem vem, Ka. – Ela falou
despreocupada e balançando as mãos, com unhas pintadas de seu usual verde
brilhante. - Ele até pode ser vidente, mas não é nenhum sabe-tudo. Afinal, ele
é tão comum quanto nós.
-O que já é grande coisa se você
levar em consideração nossos poderes. – Claro que entendi o que ela quis dizer,
mas é sempre divertido poder ressaltar que ninguém aqui é ‘’normal’’. Quando
ela estava prestes a me explicar sua fala, eu a interrompi e continuei com
minha linha de pensamento. – Eu entendi, Poseidon! – Exclamei com um sorriso
travesso no rosto, pois sei o quanto ela odeia esse apelido. – Ele é humano
assim como nós. E, como a vida é efêmera, não há como nós aprendermos tudo,
principalmente porque a cada dia aprende-se algo novo. Querendo, ou não!
-...Bem, mudando de assunto
radicalmente, e voltando para nossa antiga conversa. – A Nina falou passado
alguns instantes sem que ninguém se manifestasse. – Como, me diz, como nós
sabemos que o Deyth volta hoje? – Ela perguntou confusa.
-Ninaqua
Fisher, onde você anda com a cabeça? Posso saber?! – Gritei dramaticamente. –
Ele nos contou da última vez que ligou! Não lembra?
-Ah! – Foi
tudo o que ela disse. E eu não continuei, pois estava dando tempo para que
pensasse. Logo após vasculhar suas lembranças ela, por fim, disse: - Eu lembrei
sim!
-Finalmente
hein! Achei que você estivesse ficando tão lesada quanto a Hay. – Exclamei
brincalhona e dando um abraço amigável nela.
-É que eu
tenho andado meio aérea. – Ao falar isso seus olhos verde-mar perderam o usual
brilho e ela fez um muxoxo tristonho.
-Nina, não
fica assim! - E abracei-a de novo, só
que mais apertado. – Você brigou com o Riley outra vez? – Perguntei cautelosa.
-Não foi
nada demais, Ka. Mas é que essas brigas estão cada vez mais constantes, e isso
me irrita.
-Por que
vocês não sentam e conversam?! É melhor para os dois resolver esse problema o
quanto antes.
-Deixa pra
lá, Ka. Não é sobre isso que quero pensar agora.
-mas... –
Comecei, mas fui cortada pela Nina.
-Sem
‘’mas’’, Kaitlin! Já disse que, por hora, quero esquecer esse assunto. Então,
por favor, não fala sem que eu tenha mudado de opinião. – Palavras ferem mais
do que pensamos. Pior é que nós nem notamos o quanto ferimos alguém!
-Eu só
estava tentando te ajudar. Mas tudo bem, se você não quer minha ajuda eu calo a
boca. Só que depois que você e o Riley terminarem, nem pense em vir chorar no
meu ombro. – Falei furiosa, mas me arrependendo logo em seguida.
-Desse
jeito ela só vai ficar pior! – Exclamou um garoto que apareceu correndo do nada
e abraçou a Nina. Quando a soltou e virou o rosto para mim, eu pude
reconhecê-lo. – Oi Kaitlin! – Um Deyth enfurecido me cumprimentou.
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Beijão meus lindos*-----*